JORNAL CORREIO BRASILIENSE: São Paulo - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no dia 28/04/2010 o aumento da taxa básica de juros (Selic) em 9,5% pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Por meio de nota, a entidade perguntou. “a quem interessa segurar o crescimento do Brasil?”. Ela também questionou a competência e autonomia do Banco Central (BC), afirmando que o banco estaria “atendendo a interesses de poucos em detrimento de muitos”.
“O país precisa equilibrar a retomada do consumo doméstico com o aumento de investimentos produtivos. A política monetária conservadora tende a ser um forte obstáculo a este objetivo, além de encarecer o crédito, que permitiu ao mercado interno passar pela turbulência internacional sem grandes percalços”, afirmou, em nota, Abram Szajman, presidente da Fecomercio-SP.
“O caso brasileiro mostra um paradoxo. Enquanto alguns países importantes da Europa passam por uma onda de descrédito e outras nações desenvolvidas lutam para encontrar instrumentos que tragam estabilidade e crescimento econômico, o Brasil, que vive uma fase de expansão da economia, decide adotar medidas de contenção dessa expansão com aumento dos juros como forma de conter o crescimento e assim controlar a inflação”, afirmou Godoy, por meio de nota.O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, considerou a decisão do Copom “equivocada e perversa para com o setor produtivo” . Ele lamentou o aumento da Selic afirmando que o Brasil está “virando um paraíso para os especuladores do mundo inteiro”, disse por meio de nota. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse não haver motivo que justifique o aumento da taxa de juros. Ele também culpou “os especuladores” pela medida. Para o presidente da CUT, o preço pelo aumento será pago pelos trabalhadores, “seja pela diminuição dos investimentos de parte do setor produtivo, atraído pela especulação, seja pela elevação do custo dos empréstimos ou do endividamento já existente”.
NOTA: ANALISTA PREVEEM TAXA DE JUROS DE 11% PARA ESSE ANO (11, de Janeiro de 2010 da AGÊNCIA BRASIL)
Brasília – Os analistas do mercado financeiro aumentaram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final deste ano, de 10,75% para 11% ao ano. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC) com base em projeções de analistas para os principais indicadores da economia.
A Selic é um instrumento utilizado pelo BC para controlar a inflação. Quando considera que a economia está muito aquecida, o BC aumenta os juros básicos, que atualmente estão em 8,75% ao ano.
A estimativa dos analistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens e serviços produzidos no país, cresça 5,20% neste ano, a mesma da semana passada. Para 2009, ano que ainda sofreu os efeitos da crise financeira internacional, a expectativa de queda foi alterada de -0,24% para -0,26%.
A expectativa é de que neste ano haja recuperação da produção industrial, com crescimento de 8%, a mesma estimativa anterior. Para 2009, os analistas esperam que a produção industrial feche com queda de 7,54%, contra 7,58% previstos anteriormente.
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, foi mantida a estimativa de 4,50%. Para 2009, a projeção passou de 4,28% para 4,29%. O IPCA é o índice escolhido pelo governo para acompanhar a meta de inflação, que é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais e para menos. Cabe ao BC perseguir essa meta, que é válida para 2009 e 2010.
Os analistas também fazem projeções para outros índices de inflação neste ano. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 4,43% para 4,41%. No caso do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), a projeção caiu de 4,50% para 4,44%. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi alterada de 4,50% para 4,42%.
A expectativa para os preços administrados, neste ano, foi mantida em 3,5% e em 4,36% para 2009. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbano coletivo.
Outras projeções de indicadores econômicos também passaram por ajustes. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) em 2010 passou de US$ 11,3 bilhões para US$ 11,2 bilhões. Para a taxa de câmbio, a expectativa é que feche este ano em R$ 1,75.
A projeção para o déficit das transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) subiu de US$ 40,850 bilhões para US$ 41,3 bilhões, neste ano. Para 2009, a expectativa é de US$ 20 bilhões, contra US$ 20,110 bilhões previstos anteriormente.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2010 subiu de 42,50% 42,85%, e de 44,25% para 44,40%, em 2009.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) subiu de US$ 35,2 bilhões para US$ 37,5 bilhões, em 2010 e foi mantido em US$ 25 bilhões, para o ano passado.