BARRA DE PESQUISA

quinta-feira, 27 de maio de 2010

COMO SAIR DO VERMELHO

Texto de Gustavo Cerbasi

Se você está no vermelho, há apenas dois motivos para isso: más escolhas ou maus hábitos, ou então a soma dos dois motivos. Não há outra desculpa.
Se alguém entrou no vermelho em razão de um acidente, é porque negligenciou a necessidade de contratar um seguro. Estamos dando mais importância ao consumo de pequenos luxos do que à segurança de nossa família. Muita gente prefere ter um telefone celular em vez de contratar um plano de previdência.
Com a queda nos juros e a extensão dos prazos de financiamentos, poderíamos manter o padrão de nossa casa ou de nosso automóvel e também passar a poupar. No lugar, optamos por ter casas e automóveis mais caros. Damos muita importância aos itens caros de nosso orçamento, mas esquecemos dos pequenos cafezinhos, revistas, roupas e pequenos prazeres.
O erro está em acreditar que os pequenos gastos não ocorrerão, ou em culpá-los por entrarmos no vermelho. A culpa não é do cafezinho ou das pequenas coisas do dia-a-dia, mas sim das enormes prestações assumidas nas grandes escolhas, que acabam tornando proibitivos os prazeres. Repare que, quando uma família briga por falta de dinheiro, o culpado sempre é um gasto que gerou prazer para alguém, mas que não estava nos planos. Se ter prazer passou a ser proibido, esse mundo ficou louco...
Para quem já está no vermelho, sugiro que, ao invés de tentar economizar nas pequenas coisas, tente mudar as grandes: troque seu carro ou sua casa por outra mais barata. Simplesmente assim: seja radical, ao invés de tentar administrar pobreza. Seus problemas financeiros desaparecem instantaneamente.
Dia desses acompanhei uma família cuja renda mensal era de cerca de três mil reais, mas sua dívida estava na casa dos nove mil, ou seja, três vezes a renda mensal da família. Viviam em uma casa de noventa mil reais. O que os tirou das dificuldades? Simples: venderam a casa de noventa, compraram outra na mesma vizinhança por oitenta, quitaram os nove mil da dívida e ainda ficaram com uma reserva de mil reais, estancando de vez o problema. Se tentassem corrigir o problema aos pouquinhos, sofreriam durante meses.
Diante de grandes problemas, pense em grandes soluções.

DICA PARA SAIR DO VERMELHO

Se você está endividado, com grande parte de sua renda comprometida a ponto de não mais conseguir pagar as contas em dia, não se desespere. Com disciplina e criatividade, é possível desenvolver um planejamento para uma gradual e definitiva eliminação de todas as dívidas.Conhecendo a dívidaAntes de tudo, liste todas as suas dívidas e classifique-as de acordo com a gravidade de cada uma delas. Para isso, devem ser levados em conta os seguintes critérios:- Nível da taxa de juros- Peso do pagamento no orçamento mensal- Garantia dada pela dívida- Imprevisibilidade da taxa de juros- Peso dos encargos em caso de atraso- Aspectos psicológicosPlanejamento para eliminação das dívidasApós relacionar e classificar as dívidas, liste todos os seus bens, incluindo propriedades, investimentos, aplicações e rendas. Estude os contratos dos empréstimos e defina, de acordo com seu orçamento, os gastos prioritários, cortando os gastos supérfluos que dificultam o alcance de seu objetivo de equilíbrio financeiro.Compare os juros do empréstimo contratado com os disponíveis no mercado e, se for o caso, substitua-o por outro com taxas melhores. Considere a possibilidade abrir mão de algum bem ou resgatar uma aplicação financeira.No futuro, com as contas em dia, você poderá ter o bem a que renunciou e muitos outros.Negociando a dívidaAssim que perceber que terá problemas para continuar pagando uma dívida, procure o credor e informe a ele sua situação. Desta forma, você evita que sua dívida aumente demais.Informe-se sobre o contrato da dívida. Se fizer um acordo para o pagamento da dívida, verifique a cláusula da quebra do acordo. Normalmente, na renegociação da dívida, é dado um desconto sobre o valor devido, desde que as parcelas sejam pagas em dia. Em alguns casos, quando o acordo é quebrado, a dívida volta ao seu patamar original, com juros e multas. Por isso, esteja preparado para cumprir o acordo e procure negociar até conseguir um planejamento que possa cumprir.

Dica:

Fale com seus familiares sobre a atual situação e definam juntos quais gastos cortar.Não perca seu objetivo de vista e lembre-se sempre que, se seguir à risca um bom planejamento para eliminação das dívidas, o endividamento diminuirá progressivamente, mês a mês.


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