“O curso técnico é todo e qualquer tema especializado que a pessoa estuda como forma de complementação, aperfeiçoamento ou especialização. Pode ser feito em qualquer idade”, explica o conselheiro de carreira José Augusto Narelli. “Muitas pessoas hoje estão perdendo seus cargos porque sua ocupação deixou de existir ou o seu trabalho foi substituído por outras formas. Essas pessoas precisam se qualificar para continuar trabalhando em outro lugar”.
O curso técnico foi a solução encontrada por Marcos Antônio, de Recife. Ele nunca teve carteira assinada e, enquanto enfrentava as dificuldades em busca de um emprego formal, investia em cursos técnicos. Ele fez 15 cursos na área de informática – e, graças a esses cursos, pode fazer manutenção de computadores.
Em dois anos, Marcos se tornou dono de uma lan house. “Os cursos me permitiram abrir e manter o meu próprio negócio”, conta. “Com o curso técnico nós podemos tirar uma renda e nos qualificar melhor na área que escolhemos”.
É claro que uma faculdade é sempre muito bem-vinda nos currículos, mas para quem ainda não tem condições de pagar por um curso superior, os cursos técnicos podem ser uma boa opção. “Existe mercado de trabalho para o nível técnico, porque as organizações não precisam só de gestores, mas também de especialistas, supervisores e executores de tarefa”, garante Narelli.
O índice de empregabilidade de quem sai das escolas técnicas estaduais, as Etecs, aumentou. Uma pesquisa realizada em 2007 com ex-alunos revela que 77% deles estão empregados. De acordo o Ministério da Educação, praticamente 100% dos jovens que se formam nas escolas técnicas federais terminam o curso empregados.
Em Cuiabá, o crescimento do setor de construção civil tem garantido muitas vagas para quem se forma na escola técnica federal da cidade. De 2006 para 2007, o crescimento foi de 10% em Mato Grosso, garantindo empregos até mesmo para quem ainda não terminou o curso técnico.
Uma escola de Cuiabá que oferece dez cursos profissionalizantes vive essa situação. Numa das turmas do curso de Controle Tecnológico de Obras, todos os alunos já estão trabalhando na área.
A duração dos cursos técnicos varia de três meses a dois anos, e é bom ter atenção na hora de escolher a escola. A primeira dica é visitar o estabelecimento; converse com o diretor, com os alunos e com quem já acabou o curso, para saber como foi a formação. Outra dica: duvide de muitas facilidades; tudo que é sério requer esforço.
“Hoje, há uma pressão social e mercadológica muito forte para todo mundo fazer curso universitário, ignorando o valor e o espaço do curso técnico. O que acaba acontecendo é que as pessoas adquirem cursos de nível superior de baixa qualificação e frustram os seus sonhos, porque vão trabalhar em atividades menores – que o curso técnico supriria perfeitamente”, acredita o consultor Narelli.
Para quem está no início de carreira, o curso técnico pode ser uma boa oportunidade para antecipar a profissionalização e ingressar no mercado de trabalho. Para quem já se formou, uma especialização nunca é demais.
FONTE: G1.com
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