BARRA DE PESQUISA

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O INSS


Texto de: Gustavo Cerbasi



O Instituto Nacional do Seguro Social, ou simplesmente INSS, é o mecanismo público que assegura aos trabalhadores brasileiros benefícios como o seguro-desemprego, a licença-maternidade e a aposentadoria. Apesar da dificuldade em arrecadar mais do que paga, estudos mostram que o INSS é viável segundo o atual modelo e que ele não deve quebrar tão facilmente como se supunha.
Por outro lado, não há motivos também para contar com o sistema de previdência pública no Brasil. O mecanismo de acumulação é extremamente ineficiente e a poupança produzida por cada trabalhador é do sistema, e não individual. Isso exige que confiemos na instituição pública pelo resto de nossas vidas, o que não faz o menor sentido no Brasil.
Se o mesmo recurso que você direciona hoje ao INSS fosse investido de maneira conservadora em fundos de renda fixa ou planos de previdência privada, seu dinheiro se multiplicaria com maior eficiência, segurança e previsibilidade e, nas últimas décadas de sua vida, seria só seu. Mesmo que você confie e se satisfaça com o modelo da previdência pública, sua renda não estará assegurada na aposentadoria. Se contribuir pelo valor máximo (o chamado "teto"), começará a receber uma aposentadoria que será corrigida, ano a ano, por um índice de inflação muito aquém da realidade dos idosos. Ano após ano, o aposentado verá seu poder de compra cair, convergindo para o mínimo pago pelo INSS, que é o salário mínimo – aquele mesmo, que mal paga uma cesta básica.
Por esse motivo, contribuir para o INSS com cotas maiores do que o mínimo que lhe é imposto é um equívoco daqueles que contam com a Previdência Privada e outras modalidades de investimento. A contribuição coerente para o INSS é a mínima, porque a única garantia que teremos é o salário mínimo. Se você tem mais a poupar, contrate um Plano de Previdência Privada. Se pensou no seguro-desemprego, sugiro não contar com ele; faça sua própria reserva de emergências, equivalente a poupar três ou quatro meses de consumo de sua família – este dinheiro estará rendendo e se multiplicando. Seguindo uma boa estratégia, provavelmente você nem precisará de um salário mínimo vindo do governo.
Fica a sugestão: quando você tiver direito a uma aposentadoria pelo INSS, doe-a para alguém querido que confiou apenas na proteção pública. Essa pessoa querida estará precisando muito desse dinheiro.




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